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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Artigos: Crença e Idéias Religiosas


A religião sempre foi e ainda é o palco para as grande discussões de muitas pessoas. A maior polêmica, se prende ao surgimento da origem do homem como um ser.
Existem vários autores de livros que analisam esta questão em destaque. Aqui analisaremos dois autores, Mircea Eliade e Eduard Mac Burns, a título de nota para a disciplina História Antiga em pós-graduação.
O inesquecível milagre:” Primeira vez”
Egito, uma terra abundante em lendas e mitos na qual os historiadores se maravilham . A arte de construir, o surgimento da escrita que urge no começo da primeira dinastia . A geografia da região impunha um desenvolvimento peculiar às culturas sumério-acadianas.
Mas foram a religião , e sobretudo o dogma da divindade do Faraó, eu contribuíram, desde o início, para modelar a estrutura da civilização egípcia.
A tendência designada pelos eruditos europeus como “imobilismo” esforçava-se por manter intacta a primeira criação, pois era perfeita sob os pontos de vista - cosmológico, religioso social, ético. As fases sucessivas da cosmologia são evocadas nas diferentes tradições mitológicas.
Os mitos tiveram de buscar no fabulosos tempo das origens, época denominada Tep Zepi, “A Primeira Vez”, durou desde o aparecimento do deus criador sobre as Águas Primordiais até a entronização de Horus.
A ”Primeira Vez” constitui a Idade de Ouro da perfeição absoluta, “antes que a raiva, ou o barulho, a luta ou a desordem fizessem o seu aparecimento”. Não havia nem morte, nem doença durante essa era maravilhosa denominada “o tempo de Ré”, ou de Osíris, ou de Horus.
Teogonias e Cosmogonias
Como em todas as religiões tradicionais, a cosmogonia e os mitos das origens constituíram o essencial da ciência sagrada. Existiram vários mitos cosmogânicos, onde os temas alinhavam-se entre os mais arcaicos: emergência de outeiro, de um lótus ou de um ovo sobre as Águas Primordiais.
A cosmogonia egípcia começa com a emergência de uma colina nas Águas Primordiais. O aparecimento desse “Primeiro lugar” sobre a imensidão aquática significa a emergência da terra, e também da luz, da vida , e da consciência.
Cada cidade e cada santuário eram considerados um “Centro do Mundo”, o lugar onde havia começado a criação.
O outeiro inicial- Montanha Cósmica, Ovo Primordial- “Pássaro de Luz”, Lótus original - Sol criança, e finalmente a serpente primitiva - imagem do deus Atum. Ingenuamente as divindades nascem da própria substância do deus supremo.
Em suma, a teologia e a cosmogonia são efetuadas através do poder do criador do pensamento e da palavra de um único deus.
As Responsabilidades de um deus-encarnado
As mudanças do mundo implicadas nos ritmos da vida cósmicas possuem significação. Os momentos sucessivos articulados em diferentes ciclos e que lhes garantem a periodicidade: os movimentos dos astros, as fases da lua, o fluxo e o refluxo do Nilo, etc...
Essa periodicidade dos ritmos cósmicos que constituem a perfeição instituída nos tempos da “Primeira Vez”.
Se existe ordem cósmicas, julga-se que a realeza existe desde o começo do mundo. O Criador foi o primeiro Rei, ele transmite essa função ao seu filho e sucessor, o primeiro Faraó.
O Faraó é a encarnação da maät, termo que traduz por “verdade”, mas cuja significação geral é a “boa ordem” e, consequentemente, “o direito “, “a justiça”. A ma”at pertence à Criação original; ela reflete a perfeição da idade de ouro. O Faraó constitui o modelo exemplar para todos os seus súditos.
Ascensão do Faraó ao Céu
As antigas crenças post-mortem assemelhavam-se ás duas tradições mais amplamente atestadas no mundo: a morada dos mortos era ou subterrânea ou celeste, mais exatamente estelar. A morte eqüivalia a um novo nascimento, a um renascimento no mundo sideral.
Imaginava-se as mais variadas formas da ascensão do Faraó, onde deveria passar por certas provas. Se acaso cumprisse com todas as purificações rituais e interrogatórios, o Faraó seria triunfalmente recebido pelo deus-sol, e mensageiros são enviados para anunciar sua vitória sobre a morte.
Osíris, o deus assassinado
Osíris, um Rei lendário, célebre pelo vigor e justiça com que governava o Egito. Mas seu irmão Seth preparou-lhe uma armadilha e conseguiu assassiná-lo. Íris, sua esposa, consegue ser fecundada por Osíris morto. Dá a luz a um filho, Horus. Este pede que seus direitos sejam reconhecidos perante os deuses da Enéade. Na luta com Seth, Horus triunfa. Desce ao país dos mortos e dá a boa notícia: reconhecido como sucessor legítimo do pai, é coroado Rei. Horus ressuscita Osíris. É ele quem vai assegurar a fertilidade vegetal e todas as forças de reprodução. É descrito como sendo a Terra inteira ou comparado ao Oceano que circunda o mundo. Osíris simbolizava as fontes de fecundidade e do crescimento. Osíris, o Rei assassinado, garante a prosperidade do reino regido por seu filho Horus.
A síncope: anarquia, desespero e “democratização” da vida de além-túmulo.
Na Dinastia de Pepi II, o Egito foi sacudido pela guerra civil, a anarquia assolou o país. O país foi dividido em dois reinos, o do Norte capital Heracleópolis, e o do Sul capital Tebas. A guerra civil terminar com a vitória dos tebanos e os últimos reis da XI Dinastia conseguiram reunificar o país.
Foi durante o Período Intermediário que se produziu a “democratização” da existência post mortem: os nobres recopiavam sobre os seus sarcófagos os Textos das Pirâmides, redigidos exclusivamente para os Faraós. Os textos mais importantes : Intruções para o Rei Meri-Ka-ré. As Advertências do Profeta Ipu-wer; O Canto do Harpista; A Disputa entre um Homem Cansado e a sua Alma. Os seus autores evocam os desastres provocados pelos desmoronamento da autoridade tradicional, e sobre tudo as injustiças e os crimes que induzem ao cepticismo e ao desespero, ou até ao suicídio.
A ruína de todas as instituições tradicionais traduz ao mesmo tempo pelo agnosticismo e pelo pessimismo, e por uma exaltação do prazer que não chega a esconder o profundo desespero. A sincope da Realeza-divina leva fatalmente à desvalorização religiosa da morte. Se o Faraó não se comporta mais como um deus-encarnado, tudo volta a ser questionado; em primeiro lugar, a significação da vida e a realidade da pós-existência de além-túmulo.
Teologia e Política da ”Solarização”.
O Egito conheceu uma época de expansão econômica, com os soberanos da XII Dinastia.
Amon alcançou a categoria suprema, sob o título de Amon-Ré. O deus “oculto” foi identificado ao sol, deus “manifesto” por excelência. E graças a “solarização” que Amon se torna o deus universal do Novo Império.
Esse Império sofre uma segunda crise. Um grande numero de soberanos sucede-se rapidamente até a invasão dos hicsos. Depois das vitórias, os conquistadores instalam-se no Delta. Os hicsos importaram alguns deuses sírios como Baal e Teshup.
Para os Egípcios, a invasão dos hicsos representava uma catástrofe de se compreender. Mas um século depois um Faraó da XVII Dinastia deflagrou a guerra de libertação.
A libertação traduziu-se pela ascensão do nacionalismo e da Xenofobia. Depois de um século o sentimento de insegurança começa a desaparecer. Tutmósis III procedeu uma série de conquistas que redundaram no Império, e que mostrou-se generoso com os vencidos. Era o fim do isolacionismo egípcio, mas também o declínio da cultura egípcia. O Egito volta-se para uma cultura cosmopolita. Numerosas divindades estrangeiras eram não só tolerados, mas assimilados às divindades nacionais.
A Solarização de Amos facilitara ao mesmo tempo o sincretismo religioso e a restauração do deus solar na primeira categoria, pois o sol era o único deus universalmente acessível.
Akhenaton ou Reforma Fracassada
A “Revolução de Amarna”, a promoção de Aton, explica-se em parte pela vontade do Faraó Amenhotep IV de libertar-se do domínio do sumo sacerdote. O Faraó trocou o seu nome para Akh-en-Aton(“Aquele que serve Aton”).Abandonou a “cidade de Amon” e constituiu uma outra Akhetaton onde ergueu os palácios e os templos de Aton. Os templos não eram cobertos e podia-se adorar o sol em toda a sua glória. Nas artes estimulou o “naturalismo” de Amarna; a linguagem popular foi introduzida nas inscrições reais e nos decretos oficiais.
O essencial da teologia de Akhenaton encontra-se em hinos endereçados a Aton.
Durante o reinado de Akhenaton, o Egito perdeu o império asiático. O seu sucessor, Tut-Ankh-Amon, restabeleceu as relações com o sumo sacerdote de Amon e retornou a Tebas.
Os traços da “reforma atonista” foram apagados em quase-totalidade. Pouco depois, morria o último Faraó da longa e gloriosa XVIII Dinastia.
Síntese final: a associação Ré-Osíris
Os teólogos do novo Império insistem na complementaridade dos deuses opostos, ou até antagônicos.
Osíris é penetrado na alma de Ré . A identificação entre os dois deuses efetua-se na pessoa do Faraó morto: após o processo de osirificação, o rei ressuscita como jovem Ré.
Numerosas alusões mitológicas enfatizam o duplo aspecto de Ré-solar e osiriano. Ao descer no mundo do Além, o rei torna-se o equivalente do binômio Osíris-Ré.
CONCLUSÃO
A civilização egípcia com seus mitos e lendas influenciaram toda uma geração de pesquisadores. Os historiadores procuram respostas à muitas perguntas nos registros desta civilização . É difícil fazer uma análise ou uma comparação no que se refere as idéias de religião e política do Egito. Pois, o que se tem são os registros nas pirâmides, em hieróglifos, mais sobre a vida dos Faraós e muito pouco sobre o povo que o servia.
Percebe-se neste texto muitas semelhanças dos mitos e lendas com narrações do livro da Sagrada Escrituras.

ANÁLISE
Analisando os dois textos referente a religião foi muito importante para o Egito. “Deixando sua marca em quase todos os setores da vida egípcia “:arte, literatura, filosofia, etc.
A figura do “Faraó era o representante vivo da fé na terra e, através de sua lei, mantinha-se a lei do deus”. E que a “mumificação do corpo do Faraó e sua conservação num túmulo eterno contribuíra para a existência eterna da nação”.
De inocente , a religião passou, a perversa. Pois o homem a tornou assim. Através de um pensamento imposto no qual Deus castiga se você não fazer isso ou aquilo. Passou a comercializar as “fórmulas e feitiços que abafariam a consciência e enganariam os deuses, levando-os a conceder a salvação eterna”. E como ”a filosofia, a arte e o governo estavam tão nitidamente ligados à religião, que todos eles socobiaram ao mesmo tempo”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 ELIADE, Mircea. História das Crenças e das Idéias Religiosas. 2º ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. Tomo I vol. I 284 p.
2 BURNS, Eduard Mac Nall. História da Civilização Ocidental. 21º ed. Editora Globo, Porto Alegre: 1977.