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domingo, 15 de abril de 2012

Artigos Ética e Ambiente Social. Família e Sociedade


Para falarmos de ética é importante, primeiramente, conceituá-la. Este termo, segundo Júnior (2007), originou-se do vocabulário grego antigo ethos, que significava assentamento, vida comum. Logo depois na própria Grécia, o termo ética, conquistou outros significados: hábito, temperamento, caráter, modo de pensar. "Considerando o ethos com o significado de caráter, Aristóteles (2001) formulou o adjetivo "ético", designando uma classe particular de virtudes humanas, e o substantivo "ética" como a ciência que estuda essas virtudes" (Júnior, 2007, p.09).

Se analisarmos a fundo, a ética vem desde o início dos tempos, ainda com Adão e Eva, quando a "regra", "a lei" foi dada, que era de não comer o fruto proibido, ao comerem a maçã (o fruto proibido) a lei foi quebrada, ou seja, ocorreu ali, o prime
iro ato antiético da humanidade. Percebe-se então que, a ética define os padrões sobre o que julgamos ser certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto, legal ou ilegal na conduta humana e na tomada de decisões em todas as etapas e os relacionamentos no decorrer da vida. Estes padrões citados acima, servem como guia tanto para modelar o comportamento do indivíduo, quanto para sua cooperação ao modelar os indivíduos novos, como por exemplo, as crianças que venham a ficar sob sua influência direta.


Pegoraro (2009), afirmou que a ética visa duas metas principais:a) superar os conflitos inerentes ao ser humano e à sociedade; b) dimensionar os comportamentos pessoais e coletivos no sentido da construção da vida feliz numa sociedade justa (Pegoraro, 2009, p12 e 13).

Com isso, pode-se dizer que a ética diz respeito aos princípios e aos valores morais que norteiam o comportamento das pessoas em meio aos grupos e à sociedade em geral, visando assim, uma vida feliz numa sociedade justa. Deve-se ressaltar que ser ou não ser ético depende muito dos valores envolvidos em cada situação, da formação educacional e religiosa, da experiência de vida e também do ambiente onde o indivíduo está inserido. O fato é que não se pode desprezar este conceito, pois onde quer que vão, as pessoas estão sempre promovendo julgamentos de toda ordem sobre aquilo que pensam, dizem, realizam e escrevem.

Ética e Moral

A ética se confunde muitas vezes com a moral. É importante salientar e deixar claro que são duas coisas diferentes. Considerando que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo, Fortes (1998) enfatiza a diferença entre estes termos. O autor afirma que atualmente destigue-se ética de moral, considerando-se que a moral seja o conjunto de princípios, valores e normas que regulam a conduta humana em suas relações sociais, existentes em determinado momento histórico e a ética se refere à reflexão crítica sobre o comportamento humano, reflexão que interpreta, discute e problematiza, investiga os valores, princípios e o comportamento moral à procura do "bom", da "boa vida", do "bem-estar da vida em sociedade".

Analisando a literatura utilizada para realizar este trabalho, conclui-se que a moral e a ética se adquirem também no meio ambiente em que se vive, tal como já diziam alguns filósofos que o homem seria um produto do meio, isso se explica devido ao simples fato de que a localidade onde se mora é um forte influenciador do comportamento humano.

Ética e Justiça

A ética vista por um ângulo jurídico, nada mais é que um controle do que é certo e errado, e para que uma sociedade viva em paz e em ordem é necessário que tais regras sejam cumpridas.

As leis, por exemplo, não foram criadas por acaso, houve a necessidade de criar "normas" que serviriam também de exemplo para os outros membros da sociedade para que os erros cometidos por alguém, não se repetissem com outra pessoa, portanto, infringindo uma norma, tal membro era "castigado", ou seja, cada ato errado, uma punição.

A teoria da justiça, inspirada na tradição Kantiana, concentra-se, no início de sua implantação, exclusivamente no aspecto jurídico da organização social: "a intenção pública se restringe à ordem constitucional"; e ainda, "o fim da justiça não é o bem e a felicidade do indivíduo, mas a ordem jurídica" (Pegoraro, 2009, p.84).

Segundo J. Rawls, dois são os fins principais visados na teoria da justiça: a) dignidade e senso de justiça nas pessoas; b) uma forte estabilidade social.

O primeiro objetivo é de ordem moral. Cada pessoa procura seu bem, seus objetivos, seus meios para realização de um projeto pessoal que inclui, antes de tudo, o respeito a si mesmo. Pegoraro (2009) salienta que a dignidade moral obriga as pessoas a respeitarem o projeto dos outros cidadãos. Desta forma, o projeto de vida particular situa-se no interior de um projeto maior, realizado nas instituições públicas.

O segundo objetivo, estabilidade social, segundo o autor, resulta do respeito aos princípios da justiça e da coibição das tendências contrárias. A estabilidade é fruto da amizade, confiança mútua, e do reconhecimento público do senso coletivo de justiça: "Graças a estas atitudes naturais, ninguém desejará satisfazer seus interesses de modo injusto e em detrimento dos outros" (Pegararo, 2009, p.85). Do ponto de vista religioso, a justiça sustenta toda a moralidade do indivíduo. Em última análise, o diálogo bíblico é um vibrante apelo à justiça em relação a Deus, ao próximo e aos bens materiais.

Ambiente Social (Sociedade)

"Sociedade é todo grupo de pessoas que vivem e trabalham juntas durante um período de tempo suficientemente longo para se organizarem e para se considerarem como formando uma unidade social, com limites bem definidos" (Linton, 2000, p.97). Algumas das principais razões pelas quais os seres humanos envolvem-se em comportamentos não éticos e, com isso, quebrando regras sociais, são a sua natureza essencialmente competitiva e a busca predominante da vantagem sobre algo ou alguém.

Sabe-se que vida em sociedade sempre proporciona problemas, onde os indivíduos têm que ter a capacidade de administrar os conflitos próprios e também os sociais, bem como saber lhe dar com as frustrações, injustiças, desentendimentos, etc. A grande questão é que tais "problemas" dentro de uma sociedade sempre se renovam, pois cada pessoa ou grupo possuem suas individualidades, idéias, pensamentos, costumes, enfim, suas características distintas, por isso esses problemas dentro da sociedade são móveis e mutáveis, renovando-se a cada momento em um constante.

Linton (2000) afirma que:"A associação de membros da sociedade perdura desde o nascimento até a morte e o indivíduo adquire, como parte de seu desenvolvimento geral, as idéias e valores de sua sociedade. Esses valores e idéias estão acima de qualquer dúvida, a tal ponto que os indivíduos e a sociedade mal têm consciência de que eles existem ( Linton, 2000, p.103)

Levando em consideração o trecho descrito acima, um conceito como o de inferioridade da mulher, por exemplo, será facilmente aceito por ambos os sexos. Com isso, percebe-se que o meio influencia, significativamente, a meneira de pensar/refletir e o comportamento dos indivíduos em sociedade, é quem molda e até define o destino das pessoas, que o homem é produto de meio.

"Ninguém é ético para si mesmo, mas em relação aos outros e ao mundo exterior. Portanto, a ética nunca é exclusivamente subjetiva; refere-se sempre pelo menos a uma outra pessoa, seja ela humana ou divina: somos seres éticos em relação à alguém. Esta é a ética das relações interpessoais, chamada também microética" (Pegararo, 2009, p.101).

Em uma sociedade, cada pessoa decide, assume suas ações e por elas responde. Estas são decisões individuais e ao contrário desta individualidade está a comunidade. A vida levada de maneira ética, ou o agir humano, se encontra na dialética entre estes dois conceitos.

Considerações finais

Pode-se perceber através deste estudo que a ética é presente e indispensável à vida em sociedade. Este conceito não é visto apenas através do ângulo jurídico, religioso e social, também, é visto, principalmente pelo bom senso de cada cidadão, pois não é possível fiscalizar alguém o tempo todo, portanto o bom senso nesse caso é fundamental. Cada qual sabe o que é certo ou errado, por isso cabe a cada um fazer a sua parte, somente assim, a sociedade viverá com um pouco mais de respeito, paz e justiça.

É possível contribuir com a disseminação de comportamentos éticos, começando, nós mesmos, a obedecer e lutar pelo justo e pelo que é justo, e principalmente educar as crianças da melhor maneira possível, enfatizando os valores morais e a vida em sociedade.


Referências Bibliográficas
JÚNIOR, Klinger Fontinele. Ética e bioética em enfermagem. 2. ed. rev., atual.e ampl. - Goiânia: AB, 2007.

FORTES, Paulo Antonio de Carvalho. Ética e saúde: questões éticas, deontológicas e legais, tomada de decisões, autonomia e direitos do paciente, estudo de casos. São Paulo: EPU, 1998.

LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia. [tradução de Lavínia Vilela]. - 12ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 2000.

PEGORARO, Olinto A. Ética e justiça. 10ª. ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.