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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cidades Resilientes

Felix Dane, Representante da Fundação Konrad Adenauer Brasil dá as boas vindas

Em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, no dia 02 de junho o primeiro evento sobre “cidades resilientes” foi realizado no Centro de Operações Rio.


Como uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, a conferência abriu com Carlos Alberto Muniz, o Secretário Municipal de Meio Ambiente. Ele afirmou que o Rio de Janeiro precisa executar decisões concretas e também adotar uma política de modernização para colocar a cidade na vanguarda da proteção civil. Ele enfatizou a luta contra opiniões populares que não compreendem que o desenvolvimento de infraestrutura requer obras que podem causar atrasos de curto prazo. Ele também se queixou contra contradições políticas. Por exemplo, o combustível mais barato leva a um aumento da utilização do automóvel e prejudica o desenvolvimento do transporte público. Em seguida Pedro Junqueira, diretor do Centro de Operações do Rio Janeiro, deu uma visão geral sobre a história e as funções do centro. Ele descreveu como o centro foi construído em quatro meses e seu principal objetivo é reduzir o tempo de resposta a emergências. Ele passou a observar que o centro está a serviço de toda a sociedade e enfatizou a importância da resiliência, a capacidade de reagir aos riscos externos, no centro. Felix Dane, Diretor da Fundação Konrad Adenauer, citou a relação entre a fundação e a prefeitura que já resultou em muitas iniciativas conjuntas. Ele destacou o Fórum CB27 como um dos projetos mais importantes, que em si já é um exemplo de cidades assumindo mais responsabilidade pelo meio ambiente.

Paulo Nobre, pesquisador do INPE, descreveu o Rio como a primeira cidade do Brasil, no entanto, por muito tempo tinha se adaptado a estrangeiros em vez de cariocas. Agora isso está mudando e está se tornando um símbolo de orgulho nacional. No entanto, ele se queixou de que a cidade tinha sido projetada para os carros em vez de pessoas e isso precisa mudar. O Rio precisa se tornar mais residencial e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Ele enfatizou que o Rio precisa se preparar para os efeitos das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar e que os próximos 40 anos não serão fáceis para os habitantes da cidade. José Marengo, também pesquisador do INPE, afirmou que o Rio de Janeiro é provavelmente a cidade mais vulnerável ​​às consequências trágicas da mudança climática, e a que a área da baixada Fluminense é a mais vulnerável do Brasil. Sendo assim, o governo precisa intensificar o mapeamento e monitoramento das áreas mais vulneráveis. Chou Sin Chan, meteorologista do INPE, disse que eventos climáticos extremos, como grandes tempestades estão se tornando mais frequentes. Ela previu que no futuro haverá mais chuva no sul do país, e menos no norte. Ela disse que haverá menos dias de chuva, mas eles vão ser muito mais intensos.

Nelson Moreira Franco, Gerente de Mudanças Climáticas na SMAC apresentou vários casos de sucesso da Cidade do Rio de Janeiro. Ele descreveu o programa "Rio Capital Verde", que tinha realizado um projeto de reflorestamento de grande escala e um aumento de áreas verdes da cidade. Ele também mencionou como o Rio tornou-se a segunda maior cidade em uso de bicicletas da América do Sul, atrás apenas de Bogotá. Rodrigo Rosa, conselheiro do prefeito do Rio de Janeiro, falou sobre o grupo C40 e descreveu-o como uma rede de grandes cidades que visam promover o desenvolvimento urbano sustentável, trazendo cidades inovadoras em conjunto. Ele concluiu dizendo que a Cúpula do Clima da ONU, que acontecerá em setembro, precisa produzir melhores resultados e que os prefeitos das grandes cidades precisam adotar papéis mais importantes nos debates. Regina Alvadar, Diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, descreveu o projeto “pluviômetros na Comunidade". Neste projeto os dispositivos são destinados a ser utilizados em áreas onde existe um alto risco de deslizamentos de terra. Eles medem o nível das chuvas, a fim de alertar a comunidade de possíveis riscos. Edson Domingues, coordenador da Rede Clima, discutiu as consequências econômicas de eventos climáticos extremos. Ele descreveu destacou consequências a curto e longo prazo. Um exemplo de uma consequência de curto prazo é uma queda na produtividade e mais gastos em proteção civil. Exemplos de efeitos de longo prazo seriam a falta de moradia, problemas de transporte e um aumento nos custos de seguro. Ele afirmou que o Rio precisa de um plano estratégico de longo prazo, de qual o workshop foi o primeiro passo. Cristovam Barcellos, Coordenador da Subrede Cidades da Rede Clima, avaliou os efeitos dos desastres naturais na saúde pública. Ele concentrou-se no crescimento de casos de leptospirose após desastres naturais e concluiu que as consequências sobre a saúde são muito mais perigosas e mais duradouras do que o momento do desastre, e podem se estender por meses.

Emilio La Rovere, diretor do Centro Clima da COPPE / UFRJ, citou as estatísticas de emissões de gases de efeito estufa e propôs um estudo técnico para apoiar o desenvolvimento da adaptação de Rio e um plano de resiliência. O objetivo deste plano seria de definir ações para a adaptação, a fim de identificar formas de avanço em termos de resistência climática. Ele também sugeriu a formação de um grupo de trabalho com os presentes na conferência em que o governo local agiria como um líder. Sergio Besserman, o presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro, também destacou a necessidade de uma boa elaboração de políticas de governança na luta contra as alterações climáticas e o processo de fazer o Rio de Janeiro capaz de lidar com suas consequências inevitáveis​​. Ele disse que os protestos que estamos vendo pelo Brasil também são contra a má qualidade da democracia brasileira. Ele deixou claro que a melhoria do sistema político e econômico é fundamental se o Rio quer limitar as tragédias que surgirão como resultado das mudanças climáticas. Ele mencionou que a ideia de mover os moradores de áreas de alto risco para sua própria segurança não traz resultados, se o governo não impede outras pessoas de ocupar o mesmo lugar.David Stevens, Conselheiro Sênior do Programa da UNISDR, descreveu como a instituição é dedicada à redução de riscos de desastres. Ele confirmou que tem havido um grande progresso nos últimos quinze anos, mas também afirmou que deve haver uma melhoria nos dados estatísticos, a fim de utilizar evidências de desenvolvimento e contextualizá-las.

Anne Doose, da GIZ, introduziu a instituição como consultores estratégicos, operacionais e técnicos para questões ambientais. A GIZ trabalha na área de governança, um exemplo sendo a iniciativa global de gestão do risco de desastres que reúne os membros dos setores público e privado. Ela concluiu dizendo que uma cidade resiliente é uma cidade que considera diferentes dimensões da resiliência e define as medidas necessárias que devem ser tomadas. Eduardo Young, do IE / GEMA, analisou os custos económicos de desastres naturais no Estado do Rio de Janeiro, onde tem havido um aumento acentuado em inundações e deslizamentos de terra causados pela chuva. O custo financeiro de realocar as pessoas que se tornaram desabrigadas devido a desastres naturais entre 2001 e 2009 atingiu R$ 50 bilhões em Rio de Janeiro, que é um forte aumento nos gastos de emergência. Ulisses Canfalonieri, da FIOCRUZ, definiu a adaptação como redução da vulnerabilidade, o que significa exposição, sensibilidade e tempo de resposta. Para uma melhor capacidade de resistência é importante trabalhar com projeções de 20 ou 30 anos, assim como as políticas econômicas, sociais e de saúde pública têm esta estrutura de planejamento de maior alcance. FIOCRUZ vem desenvolvendo índices complexos para construir indicadores de vulnerabilidade para a população sobre o assunto de índices de saúde. Junto com o Ministério de Meio Ambiente, a FIOCRUZ está começando a desenvolver um índice que pode ser utilizado em todo o Brasil como uma ferramenta de análise.Aaron Spencer, da Fundação Rockefeller, afirmou que a resiliência a desastres naturais está fundamentalmente ligada à capacidade da cidade ser ecologicamente sustentável. Isto é tão importante para os indivíduos quanto para as comunidades. A conferência terminou com as palavras de Pedro Junqueira, dizendo que para a mudança real acontecer, as questões ambientais precisam se tornar temas populares de discussão, onde pessoas de todos os setores da sociedade estão cientes das questões em jogo e as possíveis consequências da inação.

fonte:Fundação Konrad Adenauer Brasil