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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Seminário discutirá caminhos para evitar a escassez e garantir a qualidade da água

É difícil compreender como um pais do tamanho do Brasil, bonito por natureza e responsável por abrigar 12% da água doce do planeta, sofre com crises hídricas. As tradicionais secas no Nordeste, a concentração de rios caudalosos no Norte e a ocupação desordenada do solo no Sudeste contam parte da história, mas não toda. É preciso olhar também a relação que governos, empresas e sociedade, de um modo geral, têm com o nosso bem mais precioso: a água.
 
No próximo dia 24 de junho, sexta-feira, o Projeto #Colabora, em parceria com o Museu do Amanhã, vai reunir alguns dos maiores especialistas do país para discutir esse tema. Entre os convidados, nomes de peso como o cientista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um dos mais respeitados pesquisadores brasileiros em mudanças climáticas. Ele vai falar exatamente dos impactos do aquecimento global sobre o abastecimento de água no Brasil.
 
Junto com ele, discutindo a crise ontem, hoje e amanhã, estarão os professores Paulo Canedo e Paulo Rosman, da Coppe/UFRJ; a professora Sandra Azevedo, autoridade em doenças de veiculação hídrica; Fernanda Gimenes, do CEBDS; o presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos; Marcio Santos, do CSEI, falando sobre o peso da agricultura nessa história; a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira; Antonio Felix, da Agência Nacional de Águas; Jorge Briard, presidente da Cedae; e Jerson Kelman, presidente da Sabesp.
 
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através deste link. Três dias antes do Seminário, no dia 21, será aberta a exposição de fotos “Da abundância à escassez”, que reunirá o trabalho de 12 fotógrafos mostrando os diversos aspectos da questão da água no Brasil. A mostra ficará em cartaz até o final de julho.
 
Mas por que discutir crise hídrica agora se o momento mais grave, os problemas mais agudos de abastecimento aconteceram em 2014? Esse é um erro muito comum que costumamos cometer. Como não temos visto paulistas furando o chão em busca de água e nem cariocas fazendo racionamento, achamos que tudo está resolvido. Não está. O fantasma da crise hídrica continua assombrando nossas cidades, especialmente nos grandes centros. E o motivo é simples: as causas não foram devidamente combatidas. E elas vão do desperdício diário à crônica falta de saneamento básico.  Sem a providencial ajuda divina todos os transtornos podem voltar a acontecer novamente.
 
Certa vez, o professor Carlos Nobre cunhou a expressão “potência ambiental tropical”, para mostrar o tamanho da oportunidade que o Brasil tem pela frente nos próximos anos. Segundo ele, temos condições de ser o “país economicamente mais limpo do mundo”.  Para isso, precisamos deixar de fazer as coisas de uma certa maneira para fazer da maneira certa. Temos chances, entre outras, na agricultura, nos transportes e na geração de energia. Sem derrubar florestas, aproveitando o solo, a água e a luz solar abundantes. Mas para chegar neste Brasil do século XXI, é preciso enterrar o do século XIX. Aquele que tem 7 milhões de pessoas sem banheiro, 100 milhões sem coleta de esgoto e 35 milhões sem água tratada.