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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Estudo explora como a incidência de dengue varia em função da idade e difere nas capitais brasileiras

Com o propósito de caracterizar o padrão de incidência de dengue ao longo do tempo, segundo a faixa etária, no período de 2007 a 2012 nas capitais estaduais brasileiras, a aluna do mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP, Rayane Cupolillo Ferreira desenvolveu sua dissertação sob a orientação das pesquisadoras Paula Mendes Luz e Cláudia Torres Codeço. As capitais selecionadas, segundo a maior taxa de incidência entre as séries de dengue e dengue grave por faixa etária, em cada região do país para modelagem estatística, foram: Rio Branco, Aracaju, Cuiabá, e Vitória. As capitais pertencentes à região sul do país mantiveram suas curvas de incidência próximas de zero, tendo sido excluídas desta etapa da análise. De acordo com a pesquisa, há maior ocorrência de dengue entre os indivíduos com 15 anos ou mais quando comparados com o grupo de idade inferior, em 3 das 4 capitais (Rio Branco, Aracaju e Vitória). Adicionalmente, como a presença do termo de interação dos grupos etários ao longo do tempo foi significativa para as capitais estudadas, o estudo sugere que, há possibilidade de um deslocamento do padrão etário nas taxas de incidência de dengue no período observado. Além disso, não há diferenças significativas entre as curvas de incidência de dengue grave em Rio Branco, Cuiabá e Vitória para as diferentes faixas etárias no período observado, com exceção de Aracaju, cujas curvas de incidência foram significativamente diferentes para os grupos etários em questão com maior expressão de dengue grave entre os menores de 15 anos.
 
A pesquisa fez uma análise exploratória das séries temporais de dengue em cada uma das 27 capitais brasileiras (26 capitais e Brasília), e selecionou 4 capitais (Rio Branco, Aracaju, Cuiabá, e Vitória). Depois foi realizada a regressão das curvas de incidência de dengue e dengue grave utilizando Modelos Lineares Generalizados com distribuição de probabilidade de Poisson (que expressa a probabilidade de uma série de eventos ocorrer num certo período de tempo se estes ocorrem independentemente de quando ocorreu o último evento). Em vários países onde a ocorrência de dengue é relevante, a distribuição dos casos por faixa etária não é homogênea, levantando dúvidas sobre quais os fatores interferem na dinâmica da incidência de dengue segundo a idade.
 
Rayane lembrou que a dengue é uma doença viral provocada por quatro sorotipos de arbovírus e transmitida aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes. “A dispersão geográfica dos vetores e dos vírus levou a uma reemergência global deste agravo, com destaque para as epidemias e o aparecimento de formas graves nos últimos anos.” Se, por um lado, as recentes publicações revelam baixo impacto nas estratégias de controle vetorial para dengue, explica Rayane, por outro lado, há grande expectativa com o lançamento de vacinas para a prevenção da doença. Em vários países onde a ocorrência de dengue é relevante, acrescenta a aluna, a distribuição dos casos por faixa etária não é homogênea, levantando dúvidas sobre quais os fatores interferem na dinâmica da incidência de dengue segundo a idade.
 
Segundo o Portal Brasil, a vacina contra a dengue já possui registro concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde dezembro de 2015. A Dengvaxia® - vacina dengue 1, 2, 3 e 4 (recombinante, atenuada) foi registrada como produto biológico novo, de acordo com a Resolução - RDC nº 55, de 16 de dezembro de 2010. O registro permite que a vacina seja utilizada no combate à dengue. Porém, vale destacar que a vacina não protege contra os vírus Chikungunya e Zika. A vacina está aprovada para uso pediátrico e adulto, dos nove aos 45 anos de idade. Os limites de idade foram determinados com base, principalmente, nas informações de segurança da vacina, obtidas durante a realização dos estudos clínicos. Para crianças com menos de nove anos, o risco de complicações mais sérias ainda não foi determinado; para aqueles com mais de 45 anos de idade, não há dados suficientes para garantir a segurança da vacina. O médico responsável poderá avaliar o risco/benefício de se utilizar a vacina em idades diferentes das recomendadas no texto da bula.
 
Sobre a autora
 
Rayane Cupolillo Ferreira tem graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011), Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade pela ENSP (2014) e especialização em Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura na Universidade Federal Fluminense (2016). Compõe ainda o corpo de preceptoria do Programa de Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade da Universidade Estadual do Rio de Janeiro desde setembro/2015. Adicionalmente, atua como supervisora do Programa Mais Médicos para o Brasil no estado do Rio de Janeiro.

Imagem: Portal Fiocruz